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segunda-feira, 1 de março de 2010

CONHECENDO PASSO A PASSO A CRISE FINANCEIRA DE 2008


Crise de 2008

Publicado pela Uol Economia - 29/09/2008 - 12h24



A derrocada financeira global teve início nos EUA em março de 2007, com a crise do "subprime", como é chamada a modalidade de empréstimos de segunda linha no país.



Com o aquecimento do mercado imobiliário, as financeiras americanas passaram a confiar de modo excessivo em pessoas que não tinham bom histórico de pagamento de dívidas.



O bom momento econômico de então, com taxas de juros baixas no país e boas condições de financiamento, fez os americanos se endividaram para comprar imóveis.



Os bancos decidiram transformar os empréstimos hipotecários em papéis e venderam a outras instituições financeiras, culminando em uma perda generalizada.



Alguns dos maiores bancos dos Estados Unidos anunciaram prejuízos bilionários e tiveram de ser socorridos.



Veja abaixo os principais episódios da crise financeira:



Junho/2007: O banco norte-americano Bear Stearns anuncia redução de 30% no lucro do segundo trimestre por causa dos créditos imobiliários



Julho/2007: A Countrywide Financial, maior empresa do ramo de crédito hipotecário dos Estados Unidos, divulga queda no lucro e reduz projeções para os meses seguintes



Agosto/2007: O banco BNP Paribas anuncia o congelamento dos resgates em três fundos de investimento lastreados em hipotecas de alto risco



Setembro/2007: Ações do Northern Rock, quinto maior provedor de hipotecas do Reino Unido, desabam mais de 30% na Bolsa. Clientes sacam US$ 4 bilhões



Outubro/2007: O lucro líquido do Citigroup cai 57% no terceiro trimestre de 2007, em relação a igual período de 2006, por conta dos ativos lastreados em hipotecas



Fevereiro/2008: O banco Credit Suisse tem queda de 72% em seu lucro líquido do quatro trimestre de 2007.



Em crise, o banco britânico Northern Rock é nacionalizado



Março/2008: A maior seguradora do mundo, a AIG, anuncia perdas de US$ 5,3 bilhões no quarto trimestre de 2008



O JP Morgan compra o Bear Stearns por US$ 236,2 milhões, ou US$ 2 por ação. Um ano antes, o papel era negociado a US$ 70



Abril/2008: O banco Wachovia, quarto maior dos Estados Unidos, registra prejuízo de US$ 393 milhões no primeiro trimestre e corta 41% do dividendo distribuído aos acionistas



Maio/2008: A agência de crédito hipotecário Fannie Mae, anuncia prejuízo de US$ 2,19 bilhões no primeiro trimestre e também reduz dividendos



Julho/2008: O banco norte-americano IndyMac anuncia a quebra



Agosto/2008: O Tesouro dos Estados Unidos avisa que fará o resgate das agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac e oferece garantias de até US$ 100 bilhões para as dívida de cada uma delas



Setembro/2008: O banco Lehman Brothers pede proteção à lei de falências e ocasiona a maior queda nas Bolsas dos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001



O terceiro maior banco britânico, o Barclays, anuncia que vai adquirir o conjunto das atividades norte-americanas e a sede do gigante dos investimentos Lehman Brothers, por US$ 1,75 bilhão



O banco central dos EUA, o Federal Reserve, nacionaliza a seguradora AIG, concedendo-lhe um crédito de US$ 85 bilhões em troca de 79,9% de seu capital



O Tesouro dos EUA anuncia a criação de um plano de cerca de US$ 700 bilhões para comprar os títulos hipotecários que perderam valor e ameaçavam os bancos em crise



O lucro do Goldman Sachs desaba 70% no terceiro trimestre e passa para US$ 845 milhões, ou US$ 1,81 por ação



Os seis principais bancos centrais do mundo anunciam uma "medida coordenada" com a injeção de bilhões de dólares no mercado financeiro para enfrentar a falta de liquidez



O Merrill Lynch é vendido ao Bank of América por US$ 50 bilhões



O Fed aceita a proposta que transforma o Goldman Sachs e o Morgan Stanley em bancos comerciais



O grupo empresarial Berkshire Hathaway, dirigido pelo multimilionário americano Warren Buffett, anuncia o investimento de US$ 5 bilhões no banco Goldman Sachs, para reforçar a capitalização e a liquidez da entidade



Após a liberação do Fed para se transformar em um banco comercial, o banco Morgan Stanley congelou as negociações para uma fusão com o também americano Wachovia



O banco britânico Lloyd TSB compra o concorrente HBOS, que estava à beira da falência



O Fed volta a intervir no mercado e injeta US$ 20 bilhões no sistema financeiro do país para aumentar a liquidez



O plano de socorro proposto pelo governo norte-americano gera resistência entre os democratas que dizem que a atual versão do pacote não é aceitável



Diante da dificuldade de aprovação do pacote, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, utiliza um discurso mais rígido e afirma que a economia norte-americana pode entrar em recessão



A crise se agrava com a quebra do sexto maior banco americano, Washington Mutual (WaMu), e a venda de suas atividades bancárias ao banco JPMorgan Chase por US$ 1,9 bilhão



Congresso dos EUA fecha acordo sobre pacote econômico, que liberaria US$ 700 bilhões para socorrer o setor financeiro



Dois bancos europeus, o britânico Bradford & Bingley e parte do belga Fortis, são nacionalizados devido à crise



A Câmara de Representantes dos Estados Unidos surpreende e rejeita o pacote de socorro ao setor financeiro, apesar de acordo prévio anunciado



Outubro/2008: O Senado dos EUA aprova um novo pacote de resgate financeiro, que mantém os gastos de até US$ 700 bilhões. O novo projeto tem de voltar à Câmara



A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprova a nova versão do pacote de resgate financeiro, dois dias depois de ter sido aprovada pelo Senado. Isso permite que o governo de George W. Bush aplique efetivamente o pacote



Fonte: http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/09/29/ult4294u1687.jhtm



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