Construção de casa feita de isopor é destaque na Agrotins
Quem visitar a Agrotins 2011 vai ter a oportunidade de conhecer uma construção feita de areia, cimento e isopor, substituindo a brita. O produto final é um concreto leve que recebeu o nome de “Painel Modular de Fechamento” criado por uma pequena indústria de painéis de concreto de Porto Nacional. O projeto foi um dos oito selecionados pelo programa Inova Tocantins-Programa de Apoio à Pesquisa e Inovação desenvolvido pela Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia, Sebrae e Financiadora de Estudos e Projetos-Finep. De acordo com o coordenador do Projeto, Harry Richard,as vantagens de uma construção de isopor são: o conforto térmico e acústico, os custos da obra que ficam 10% mais barato, a preservação ambiental e a agilidade no processo construtivo.
O projeto Painel Modular de Fechamento recebeu do Programa Inova Tocantins quase quatrocentos mil reais. Segundo o coordenador do projeto, essa nova tecnologia já está disponível no mercado.
Da Secom, France Santiago
Feita de isopor
Construir 370 m2 em seis meses sem estourar o
orçamento nem gerar entulho: valeu investir na casa
Será que é resistente? Aceita qualquer revestimento? E se molhar? Esse mar de
dúvidas invade a cabeça de quem cogita construir com isopor (o EPS, ou
poliestireno expandido). Embora seja tradicional nos Estados Unidos e Europa, no
Brasil ele começou a ser usado nos anos 80 e ainda hoje representa apenas 1%
do mercado. Mas o dono desta casa já conhecia o sistema quando comprou o
terreno de 530 m2 perto de São Paulo. Ele só precisava de uma força para
decidir-se e a engenheira Lourdes Delmonte Printes deu o empurrão. "Os painéis
de EPS, fechados com telas metálicas e argamassa, viram paredes reforçadas,
que dispensam vigas e pilares", explica ela, que constrói com esse método há
mais de 20 anos. Vantagens? "A agilidade da obra e a certeza de não estourar o
orçamento", diz o proprietário, que gastou R$ 730 por m2 em 2003. Hoje, com a
esposa e o filho de 4 meses, está satisfeito com a opção.
Quem fornece
A Monolite e a Hi-tech comercializam os painéis de isopor, oferecidos em medidas
e espessuras variadas. Ao receberem o projeto do engenheiro ou arquiteto, as
empresas calculam o número de placas e demarcam os vãos de portas e janelas.
Indicam mão-de-obra especializada no país todo, de empreiteiros à construtoras
de médio e grande porte. Testes de compressão do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) certificaram a resistência do EPS para
uso em residências. A Caixa Econômica Federal (CEF) estuda a possibilidade de
incluir esse tipo de obra em suas linhas de financiamento.
As paredes da fachada receberam pedras com assentamento canjiquinha e textura. Piso
de fulget (Poly & Poxi) e porta de alumínio (Serralheria Brito e Silva) realçam a entrada.
As placas foram alinhadas e amarradas com arames recozidos. Projetores de calor
amoleceram o isopor e criaram sulcos para o encaixe das tubulações (comuns) de elétrica
e hidráulica.
A laje de isopor recebeu uma camada de concreto (4 cm), aplicado de forma tradicional.
Uma máquina projetou argamassa estrutural sobre as placas, que viraram paredes
monolíticas.
Em seis meses, tudo pronto: o segredo da agilidade desse sistema está no trabalho de
montagem mecanizado, realizado por profissionais especializados em cada etapa da
obra, permitindo edificar até 100 m2 por dia.
A fixação das esquadrias é feita da mesma forma que em paredes de tijolos ou de blocos.
Por serem autoportantes, os painéis de isopor acabados permitem construir casas de até
quatro pavimentos sem usar vigas e pilares. A instalação de móveis e coifas na cozinha
não pede sequer buchas especiais. O EPS não propaga fogo e serve de isolante térmico.
Armários da Elgin.
A bancada do banheiro, também de isopor, recebeu pastilhas de vidro (Gea). Em caso de
vazamento de água, a umidade aparece no período de um dia, pois o EPS não absorve
líquido. 'Basta retirar os acabamentos e a argamassa para descobrir o foco. Caso o isopor
precise de reparos, aplica-se cimento', explica Lourdes.
Um projeto bem dimensionado admite pé direito alto, como este de 4,50 m.
Parte da piscina-spa entra na casa e assim pode ser desfrutada todos os dias do ano.
'Com o reflexo da lua na água, vejo até as três marias', conta o morador. Na borda, placas
de concreto com pó de mármore antitérmico (Gea).
A resistência das paredes de EPS permitiu que se chumbasse a escada sem que se
usassem colunas estruturais (comuns nas construções de blocos de concreto).
Dois muros de arrimo venceram a inclinação de 9 m do terreno. O peso da casa foi
distribuído nas paredes de EPS, quatro vezes mais leves que as de bloco de concreto.
Com isso, reduziu se o número de estacas e a fundação ficou 59% mais barata em
relação aos sistemas convencionais. 'Direcionei essa economia para a compra de
esquadrias de alumínio, que custaram caro pela quantidade de peças', explica a
engenheira.
Os painéis de isopor (fornecidos pela empresa Hi-tech) já vêm ensanduichados em telas
metálicas e numeradas conforme o projeto, o que garante um canteiro de obras limpo.
Como a empresa transporta apenas peças de até 3 m de altura e a casa tem pé-direito de
até 4,50 m, elas precisaram ser emendadas com grampos de aço.
O projeto investiu em painéis de vidro 8 mm e na interação dos espaços: da sala de jantar
é possível ver o andar de baixo. Sobre os tacões de cumaru (Casa do Assoalho), móveis
Art Ville e tapete Tomica’s.
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